Os nossos Amiguinhos

Os nossos amiguinhos irreverentes e brincalhões enchem a casa de vivacidade. Seja pelas diabruras que entendem fazer e que por vezes, nos desesperam, seja pelos momentos ternurentos nos dispensam ou simplesmente por aquela avidez muito própria no olhar quando há algo diferente ou desconhecido em casa. Obviamente que estou a falar de cães mas também de todos os outros animais de estimação.

Não sou fã apenas de gatos. Em criança, o meu primeiro animal de estimação foi um patinho. Um patinho pequenino, amoroso, de nome Pinóquio, a quem eu dava comida, limpava, cuidava, e que me seguia por toda a casa. Bastava dizer-lhe: Anda Pinóquio. E o patito, obediente, logo vinha a correr atrás de mim. Era absolutamente amoroso.

Como resultado desta memória de infância, nunca consegui comer pratos confeccionados com pato. Só cheiro do pato a assar deixa-me nauseada. Coisas da vida.

Em seguida tive um cão: o Bobby. Adoro cães, à excepção de caniches. O Bobby era um rafeiro preto e castanho, pequeno e dedicado. Estava sempre próximo de mim.

Tal como eu, adorava queijo. E tal como eu, comia bolos de arroz. Aliás o Bobby era um grande comilão. Vivemos bons momentos, até que um dia, ao sair de casa houve uma distração. Ninguém se apercebeu, mas o cão saíu também. Nunca mais apareceu. Habituado a estar sempre em casa, deve ter ficado desorientado. De certeza que alguém nas redondezas o adoptou. O cão era lindo.

Chorei desalmadamente nessa noite. Durante uma semana pouco comi. Procurámos o cãozinho por todo o lado. Simplesmente, havia desaparecido.

Atualmente, tenho uma gata chamada Bambina. A Bambina é uma gata bonita, mas não tem nada de meiga. Aliás tal como o pêlo indica, deve ser arraçada de tigre. Algo que não lhe agrade, não hesita: morde ou arranha. E morde, e arranha a sério. Não olha a quem. Claramente é uma felina com uma atitude muito democrática.

Apesar do temperamento difícil, a minha gata é uma bela companhia. Afeiçoei-me ela. E engraçado, depois do “medir de forças”, qual jogo entre ambas, aprendemos a conhecer-nos mutuamente, a estabelecer limites e a fazer concessões.

Ela deu luta. Eu também. Olhando para trás, parece-me que até gostei. Tratou-se de um desafio e tanto, quotidiano, com períodos de tréguas. Bastante cansativo. Quando parecia estar ultrapassado, regressava tudo ao princípio, ou quase.

Mas valeu a pena! Só não aprecio a marca das arranhadelas que persistem nas minhas pernas…

Os gatos são irreverentes e gostam da sua independência. Também, quem é que não gosta? Brincalhões, estes amiguinhos alegram os nossos dias e mesmo os mais agrestes, têm momentos tão, tão meigos que acalentam a alma de qualquer um.

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